segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Viagens: Pico da Bandeira

 Olá!


Vim aqui narrar minha última aventura xD

O meu namorado sempre acampou e fez trilhas e tudo mais. Desde que iniciamos o relacionamento ele falava de um passeio muito legal em que você acorda no meio da noite e anda até o 3o ponto mais alto do Brasil para ver o nascer do sol. Disse que era muito lindo e que tinha usado aquelas lanternas de cabeça. Pronto, comprei a ideia e quando surgiu a oportunidade de irmos com uma excursão perturbei (sim, EU perturbei ele, para nós irmos).

Para constar: eu nunca acampei "for real", o que significa tendo que fazer a comida no lugar, então já estava achando MEGA aventura quando descobri, uma semana antes, que nós teríamos que levar as coisas para fazer o almoço e janta do sábado, e o café da manhã de domingo.

Aí, meu segundo choque, quando li o email que a empresa me mandou sobre as roupas necessárias para encarar o "frio". Era casaco impermeável, casaco corta vento, e inclusive a sugestão de levar um aquecedor para barraca. WHAT?

Na véspera da viagem, conversa singela com meu amado, e ele diz: é que lá faz um frio da porra. Quando estamos na trilha venta muito e se chover temos que estar com capa de chuva senão a gente vai congelando. Lógico que partimos para Decathlon NA HORA para suprir meus tratos para frio - não tinha casaco quebra vento e ACREDITE EM MIM você precisa de um casaco impermeável e quebra vento.

Feitas as primeiras advertências, vou contar sobre o passeio.

Sexta feira - 23:30 - Partida de Vitória em ônibus de viagem
A inexperiente da vida aqui não dormiu NADA porque foi vestindo só uma calça jeans e passou um frio no ônibus danado.
Logo, dica importante pra vida: viajar de ônibus significa se preparar prum frio desnecessário e do mal. Eu adoro ficar na janela e é exatamente daí que sai aquela corrente gélida. Pra não ficar doente, tem que realmente ir agasalhado.
Enquanto isso, do meu ladinho, meu namorado com um camiseta e calça de tacktel roncando e dormindo pesado. Inveja.

Sábado - 06:30 - Chegada a entrada do parque da Serra do Caparaó
A excursão incluía o café da manhã desse dia, logo já descemos no local, nos acostumando com o frio da manhã (eu ja estava to gelada do ônibus que não entendi a piadinha do "vamos nos aclimatar la fora").








Algum problema ocorreu e os jipes que nos transportariam até as cachoeiras somente chegaram por volta das 09h. Até então ficamos lagartando em busca de algum calor do sol (algumas pessoas APAGARAM enquanto isso ===>


As estradinhas dentro do parque tem muitos buracos e realmente o transporte de jipe é mais seguro (para a integridade do seu carro). 





Nossa primeira parada foi na área de camping Macieiras, que é próximo as cachoeiras. A primeira cachoeira que fomos segue por uma trilha bem pequenininha. O lugar é lindo e forma umas pequenas piscininhas naturais.

Apesar do sol, cada ventinho frio...


Mas namorado é aventureiro, não tem medo de banho frio e tal. Se jogou numa das piscininhas xD

Depois do primeiro segundo, que acho que foi o tempo necessário para processar o congelamento de tudo, o bichinho nadou desesperadamente para margem (antes que os membros começassem a falhar pelo congelamento, lógico).

Tiveram outros loucos, logo depois. Eu me aventurei a colocar a mão na agua - havia um desafio com recompensa para por os pés.. perdi por w.o hUUAHUAHUAUAHUHu






Enfim, nosso grupo mais próximo era composto por 3 casais, 1 deles fora de carro, então nós tivemos tempo para ir na outra cachoeira com calma. Essa segunda cachoeira era mais distante mas valeu super a pena. A gente ia caminhando na trilha entre as arvores e vimos um beija flor e vários passarinhos no caminho.









A outra cachoeira era um paredão alto de rocha com uma queda d`agua geladíssima!


Batemos muitas fotos, nessa vez ninguém se aventurou a mergulhar, já que algumas nuvens encobriam o sol e o vento aqui era bem mais forte. Lanchamos sentados nas rochas ( levamos TODOS os lixos embora) e retornamos até o Camping Macieiras.

# Dica: nesse meio tempo descobrimos que nesse camping tem banho quente (no nosso camping só teria banho gelado) então eu ja tinha esquematizado toalha, sabonete e desodorante, para tomar banho antes de seguir o caminho até o nosso camping.

Sábado - 15:30 - Aventura de uno nas subidas esburacadas até o Camping Casa Queimada
Galera, o veículo UNO é o bichinho mais resistente ever. Não atolou nem nos deixou na mão nenhuma vez. Era cada subidão (com 6 pessoas dentro do carro, e mochilas e coisas para camping) e desviar de buracos e tudo mais.

O mais inusitado foi a gente ver um carrão parado no meio do caminho  - um CRV - e aquele cheio de embreagem e parar para descobrir que o carro superaqueceu com a subida. E engraçado foi a gente partir, com o nosso carro de palhaço, motor 1.0,  de boas, sendo que o carrão 4 x 4, motor 3.2, ficou encostado lá.

Finalmente no acampamento, montamos a barraca, pessoal preparou o almoço no fogueiro. Foi a melhor comida da vida! E fomos dormir. ( Leia que Daniel dormiu e eu passei frio até levantarmos para jantar).

Sábado - 20:30 - No camping Casa Queimada

Um outro casal se reuniu com a gente, em volta do fogueiro, para comermos algo quente, porque "o frio" havia chegado . Muito frio mesmo. Desde as 18h a temperatura no camping era de 3 graus mas aposto que a sensação térmica estava mais baixa. Depois de um miojo bem quentinho e um chocolate quente eu sonhei que iria conseguir dormir um pouco, já que me sentia bem quentinha.

Engano meu. Amarguei 3h e meia de agonia. Frio nos pés e na mão. Acrescentando blusas e calças e meias a cada tremor. Meu saco de dormir não segurava o frio e, como nossa barraca estava com um zipper quebrado, o vento frio entrava todo. Estava ansiosa para fazer trilha e me aquecer.

Domingo - 00:00 - Acordar para se preparar para a trilha até o Pico da Bandeira

Prontos para o frio?? Eu: 1 camiseta, 1 blusa fleece, 1 moleton, 1 casaco de frio, cachecol, poncho.

Galera, essa parte TEM que ser resumida porque foram as 6h mais LONGAS da vida xD
O ritmo do pessoal que faz essas trilhas é muito bom, o que quer dizer que uma pessoa sedentária como eu foi cansando logo no inicio (e que inicio, cada subida íngreme, com pedra e raiz e segurar a lanterna). Tava morrendo mas indo.

Até que, quando chegou no 2,5 km da trilha eu comecei a passar mal. Eu sentia muita dificuldade para respirar e minha pressão ficava caindo. Eu e o nosso grupinho nos tornamos companhia constante do último guia da excursão ( eram 5 guias, 1 na frente, 3 no meio e 1 por ultimo para assegurar que todo mundo estava junto).

No 3,0 km eu arreguei. Eu estava passando MUITO mal. Era uma nausea e eu simplesmente não conseguia mais aguentar o ritmo do grupo e sentia que estava "prendendo" o guia com a gente. Disse para ele que nós iriamos procurar algum abrigo e esperar o dia amanhecer. O guia entrou em contato para que o liberassem e foi embora.

Bastou uns minutinhos no meio da ventania para eu começar a achar que era melhor voltar. Mas nem deu tempo. Brotou um outro guia, chamando a mim e o Daniel pelo nome, falando que a gente já tinha andado muito e que se fossemos voltar iriamos demorar o mesmo tempo do que se continuássemos o trajeto. Disse que ficaria com a gente o tempo todo e que eu poderia fazer no meu ritmo. Que quando eu precisasse parar nós iriamos parar e que ele e o Daniel me dariam apoio para continuar.

Não basta ser guia, tem que ser psicólogo. xD

No meu ritmo, e graças a uns cream craker que apareceram numa hora que eu estava passando muito mal, nós chegamos na hora certinha no Pico da Bandeira. Pessoal ainda estava chegando. Foi lindo DEMAIS ir vendo os grupos que vinham por Minas se encontrando com os grupos que estavam indo pelo Espírito Santo.

E, quando eu vi que era a ultima subida e que PQP eu tinha conseguido chegar lá apesar de tudo, deu um gás. Eu não podia perder nada do nascer do sol. Subi correndo com o Daniel, encontramos nossos amigos no caminho e na hora H estávamos nós 6 lá em cima. E foi lindo, e mágico e o sol nasceu duas vezes (efeito de refração)



A foto acima é uma pequena mostra de que essa aparente maluquice não era de poucas pessoas. Acredito que no momento do nascer do sol deviam ter umas 100 pessoas ali que haviam feito a trilha no meio da noite, como nós.

Bom, mas tudo que vai - volta, né?

Domingo - 07:00 - O retorno pro camping


Lógico que enxergando as coisas sem auxilio de uma lanterna ajudou MUITO! Mas não pense que o frio e o vento foram embora. O que salvava era o sol: que nos aquecia e permitia que a gente se deliciasse com as belas paisagens que tem no caminho (mas que a noite a gente não faz ideia).
 









É pessoal, num é que tanto perrengue valeu muito a pena no final?? 5km depois, uma topada de dedão na pedra, retornamos ao camping para... CORRER pra desmontar a barraca porque quase todo mundo já estava adiantado nisso.

Resultado:

"Ontem erámos jovens" FOLADOR, Daniel.

Daí não havia sobrado energia em ninguém. Não deu tempo de organizar as coisas pro café da manhã e nessa hora aguardávamos o jipe para irmos pro restaurante (almoço estava incluído na excursão).

Almoçamos e tudo depois disso, para mim, significa sono. Acho que dormi praticamente toda a viagem de volta.

Domingo - 23h - Chegada a Vitória

E assim, retornamos a Vitória. Sem conseguir andar direito - tudo dói - mas com a sensação de conquista. Realmente, se eu soubesse de todos os perrengues antes eu não teria ido - por medo, por me subestimar.

Agora estou muitooo feliz de ter tido essa experiência. Valeu MUITO a pena ir lá e vencer meus limites e tudo mais maaas.. não sei se volto não xD

Até!


PS: Para constar que esses meus sorrisos mega cara de cu no final decorrem do congelamento do rosto / boca ultra mega ressecada que doia para sorrir.




quinta-feira, 11 de agosto de 2016

As espiãs do Dia D

Olá!

Mais um livro que li do meu queridinho Ken Follet.

Mais uma vez, misturando elementos históricos e ficção, o autor acertou direitinho a ponto de eu quase acreditar que ele estava contando uma história real.

Para quem não sabe, o estilo de escrita do Ken Follet, pelo menos nesses 5 livros que já li dele, seguem cronologicamente a nossa história mundial ( medievalismo, século XX) e seus personagens estão, normalmente, diretamente envolvidos com o acontecimento histórico marcante que se desenvolve ( 1a guerra mundial, construção do ponto mais alto da Inglaterra, etc).

No livro “Espiãs do dia D” o momento histórico escolhido é o “Dia D”, cujo desfecho todo mundo sabe qual foi, mas o foco da narrativa dele é o “como” o “dia D” deu certo, que foi o somatório de diversas missões que acabaram dando certo, e a missão mais improvável é a que o livro conta: um grupo de 6 mulheres se infiltrarem em um QG da Guestapo para explodirem sua central telefônica mais importante.

A protagonista, a “Leoparda”  ou "Flick"é fácil de conquistar o leitor. Ela é uma mulher forte, vivendo em uma sociedade super machista (no meio do século XX...) e excludente, mas que manda as favas tudo quando fica brava. Não quer saber da patente de ninguém, se isso prejudicar a missão, e impressiona pela garra e pelo fato de ter sido a única sobrevivente de um time de agentes treinados para infiltração nas hordas inimigas.
Mais do que isso, a sua competência em serviço impõem respeito e obediência.  

Como nos demais livros do Autor, os capítulos intercalam o narrador: alguns momentos é a protagonista, noutros é o “vilão”, o capitão alemão  Dieter. E é engraçado porque a relação, inicialmente desinteressada entre os dois, vai se amarrando cada vez mais até o climax.

É um ótimo livro. SUPER mantenho a recomendação dos livros desse Autor para quem gosta desse estilo de escrita que mistura realidade com ficção.

Até!